9 de jul. de 2012

E agora?!

"Já aconteceu com a Ana, a Sara, a Stela, a Clara, com a que não quis contar, comigo, e pode ter acontecido com você. Você começa a sair com um cara hiper-mega-ultra-interessante. Inteligente, sensível, não fica se exibindo, jantares românticos, gosta da mãe sem exageros, uma pegada daquelas e pronto. Vocês saem uns dois meses, e um dia o telefonema não toca mais e ele nem atende mais às suas ligações.

Começam as desculpas: talvez ele esteja ocupado, o meu telefone vive dando fora do ar, talvez ele esteja com medo de mim. Depois as culpas: o que será que fiz de errado? Culpamos o mundo, todos os homens, a má sorte, o dedo podre, o destino. O hiper-mega-ultra-interessante não nos quer mais. E queremos achar um culpado na história.

Somos mestras em inventar desculpas para não assumir que eles não nos querem mais. E caímos na maior balela que insistimos em acreditar: que homem tem medo de mulher independente. Homem não tem! Se o cara te quer , ele te acha, te liga, te deseja, passa por cima dos próprios medos.

Porque há pessoas que têm medo de relacionamentos, não de você. Tem até os que não conseguem conviver com as suas qualidades, e você vai querer alguém que não te admire? Ele não quer, tem desejos, tem direito de escolher, a escolha não somos nós e não valemos menos por isso.

Colocamos o nosso valor no que o outro pensa de nós, muitas vezes nos sentimos valorizadas somente quando somos amadas (ou pensamos que somos). E piora tudo quando entramos no drama de que "ele me abandonou". Sejamos adultas: abandonado é criança de rua, é filho abandonado por pai e mãe. Por mais que doa, e dói, respeitemos o desejo do hiper-mega-ultra-interessante. Há homens que não nos querem!

Pode ser por causa da nossa chatice, carência e imenso abismo emocional. Isso é chato, exaure quem convive conosco e é um bom tema para se conversar num divã. A cartada final é quanto insistimos em ficar relembrando o que ele dizia: "eram palavras tão doces" ... Ah, as palavras. Gosto das palavras! Através delas, somos, dizemos, nós distraímos, nos educamos, nos construímos. Gosto mesmo das palavras. Mas também tenho medo delas. Pelo encanto que carregam podem nos enganar. Às vezes deixamos que tenham um peso maior que as atitudes. Fala-se uma coisa, faz-se outra. Nada mais insano que conviver com uma pessoa que diz uma coisa e faz outra.

Quem nunca conviveu com uma pessoa que fala que gosta, que ama e faz tudo ao contrário? A pessoa não cumpre o que combina, vive de forma destrutiva, não tem gestos de carinho, age como se o outro não existisse. Depois vem com palavras bonitas, uma avalanche delas tentando nos convencer de que estamos equivocadas, pedidos de desculpas, novas propostas, enfim está armada a gaiola dos loucos. Quem sabe desta vez seja verdade? Talvez eu esteja realmente sendo exigente e agora pode ser diferente. Então, uma nova chance e vem a angústia, outra chance e mais aflição, a última chance e mais tristeza, e, de chance em chance, a autoestima já se foi.

Perceber as atitudes, pois elas dizem tudo. Ouvir o que não é dito, porque muitas vezes no silêncio é que as palavras gritam. Ele não nos quer mais. E agora somente mais uma escolha errada. Tentativa e erro. Estampe seu melhor sorriso e saia por aí. Mas não se deixe seduzir tanto pelas palavras. aposte num outro tipo de relação. Naquela em que o outro diz que quer e age como quem quer!


                                                              (ERICA MACHADO)




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